terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Linfa Rubra

Bebi...com algum tímido remorso reprimido
Pensando no arrependimento embutido,que viria com esse ato obsceno
mas que no ardor do momento fez-me esquecer
de todas as consequências lógicas que haviam por vir.

Bebi ciente dos danos,mais o prazer venceu facil a racionalidade
Entregando-me indefeso a um mar tempestuoso...
Onde,mergulhado em êxtase profundo,saciava toda minha sede
a minha e a do mundo,nesta linfa avermelhada que ainda continha um gosto estranho de ferrugem.

Prazeres conjuntos,cegos para toda moralidade existente
viam apenas em vermelho,e o vermelho ignorava tudo aquilo que a razão dizia
Dizia em voz frouxa e trêmula,um soar quase inaldível
Agora que a lâmina também atravessava minha pele.

Frenesi extático,dominador da mente e da mais sacra alma
canonizou-me em seu altar libidinoso,fazendo de mim teu sacerdote
Crente em teu poder milagroso em fazer-me esquecer de mim e de tudo que não fosse "o vermelho".

Autor:Charles Dias.

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