Afoguei-me no oceano gelado
Formado por minhas próprias lágrimas
Enquanto assistia ao desmoronar do meu mundo
Que lentamente sepultou minhas fantasias
A inocência interrompida estampada em meus olhos
Conta a história de um anjo que nunca pôde voar
Que ao tentar saltar em direção ao azul eterno
Teve as asas incendiadas até as cinzas tocarem o chão
Por toda a eternidade
O sol se põe no meu horizonte
E há muito tempo já não sinto mais
A chama da vida que uma vez queimou em mim
O sangue vertido do meu ventre esfaqueado
Profana a beleza do meu vestido cândido
E me faz escutar o choro enclausurado
Da criança que um dia me faria feliz
Enquanto assisto ao desmoronar
Dos meus castelos de cristal que apontavem para o céu
Deixo esvaecer meu último lamento
E ponho-me a caminhar em direção ao nada
Por toda a eternidade
Arrastei minhas pesadas correntes
E dos meus olhos escorreram dois negros filetes
Feitos do sangue que apodreceu em mim
Me recuso a viver cada dia que me resta
A muito tempo minha vida acabou
Creio que sofri além do que me foi determinado
É chegada a hora de dizer Adeus
Eu recuso cada dia que me resta
A muito tempo o meu templo desabou
Já não possuo quase nada que me possa ser tomado
E agora eu só posso dar-te meu Adeus
Autora:Eduarda Santos
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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